O crime (com o meu companheiro de apartamento)
The crime (with my flatmate)
O meu dia à dia começou. Está um frio do caraças, mas é bom estar a partilhar a casa com alguém, ver gente variada nas ruas e estar, finalmente, a programar, a área para a qual desejava retornar há muito. O tempo não é muito e ainda estou a rever amigos pós os seis meses. Os hábitos não estão ainda muito rotinados (o que é bom) e Lisboa parece-me ainda uma imensidão por descobrir.
Hoje, ao espelho, tive que me dizer: Não és feio, mas não precisas de ficar tão bonito (influências da Vodafone).
Na rua, as pessoas olham-se de uma forma bem diferente da forma como se olham na Tailândia. Há quem olhe para o chão, sem sequer ousar olhar em frente, há quem olhe na esperança de um olhar de volta, há quem olhe pelo prazer de ver e nada mais que isso, mas já não há o olhar com o sorriso e vontade de comunicar. Ainda assim, tem-me agradado os frequentes momentos de simpatia aleatoriamente encontrados. Apesar dos muitos defeitos que este povo tenha, continua a ser um povo caloroso.
Uma questão tem-me vindo à cabeça: Do que é que precisas? Encontrei no povo tailandês, uma felicidade enorme e eles nem têm a palavra precisar. Para mim, agora, é bastante óbvio que de quanto menos precisares, mais feliz te tornas. A minha mãe é um estranho caso. Não vou aqui colocar a sua felicidade em causa, mas a sua vontade em ter coisas e o sofrimento que sente ao perder uma insignificância, é atroz. Mais uma razão para achar que os viajantes são as melhores pessoas do mundo. Têm pouco e com o pouco que encontram fazem uma festa.
Pessoalmente, e tirando as necessidades fisiológicas, preciso de me sentir útil, ligado ao mundo, rir, partilhar o que sou...
O Outono na minha terra natal (com o Rui e a Sasha)
The Fall in my hometown (with Rui and Sasha)
My day to day has began. It's cold as hell, but it's good to be sharing a house with someone, seeing different people on the streets and, finally, programming, the area to which I long wanted to return. The time is not much and I still have friends to see after the six months. My habits are not yet in a routine (which is good) and Lisbon is still an immensity to be discovered.
Today, at the mirror, I had to say to myself: You're not ugly, but you don't need to be so tidy (Vodafone influences).
On the street, people look to each other in a quite different way from how they look in Thailand. There are those who look to the floor, without even daring to look ahead, those who're hoping for a look back, those who look for the simple pleasure of seeing and nothing more than that, but not anymore the look with a smile with a willingness to communicate. Still, it has pleased me the frequent moments of sympathy randomly found. Despite the many flaws that people have, we continue to be a warm people.
A question has coming to my mind: What do you need? I found in the Thai people, a huge happiness and they don't even have the word need. For me, now, it's quite obvious that less the need, the happier you become. My mother is a strange case. I won't put her happiness here in question, but her desire to have things and the suffering that she feels when losing a trifle, is atrocious. One more reason to believe that travelers are the best people in the world. They have little and with the little they find, they make a party.
Personally, and not thinking about physiological needs, I need to feel useful, connected to the world, laugh, share what I am...